quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Meu texto foi escolhido...

...entre 348 enviados! Sobre Seleção Brasileira e times de coração.
Independente pra qual time o leitor torça, acredito que a identificação será grande.
Abaixo a publicação oficial no blog do Cosme e também do texto na íntegra.

blog do Cosme Rimole no R7:
http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/2012/10/03/foram-348-respostas-um-atleticano-e-um-cruzeirense-conseguiram-resumir-muito-bem-o-que-o-torcedor-pensa-da-atual-selecao-brasileira-ainda-mais-diante-de-uma-partida-contra-o-seu-time-de-coracao-o-p/

Texto:

Ok. Meu pai viu o Tri, a antológica Seleção de 70. Mas ficou na geladeira um bom tempo...Mesmo sem ter vivido tais tempos áureos, me considero um privilegiado.
Minha primeira recordação de Copa foi o gol do Caniggia em 90. Mas vivi Romário e Ronaldo no topo. Em 6 Copas, vi o Brasil em 3 finais. Nada mal. Mas o aproveitamento não foi mais que 50% por pura incompetência de quem está à frente do nosso futebol. Parreira permitiu a fanfarra em 2006. E escolheram o Dunga, que nunca havia treinado nenhum time em toda a sua vida, para ir à Copa buscar o exa. O bom e velho Dunga, que me fez perder a voz em 94...Ninguém assume a presidência de uma empresa sem ter mostrado resultado ao longo da carreira.
Mas no futebol do Brasil é assim. Tanto que temos um treinador bi-campeão da segundona para liderar nosso time na Copa que vamos jogar em casa. Por que? Porque ele é "peixe" do diretor de Seleções, que é "peixe" do ex-presidente da CBF, que estava lá há anos. Os novos comandantes nada mais são que políticos de outra cúpula. Sem pulso e sem visão, deixam o barco navegar rumo à queda d´agua... Além do amadorismo que parece não ter fim, considero a Copa 2014 o apogeu da corrupção. Os países de 1o mundo usam suas potências para alavancar suas economias. Nós usamos o futebol para retardar nosso crescimento. Bilhões ao lixo...12 arenas para simbolizar a corrupção...Elefantes brancos serão pontos turísticos em ruínas, daqui a 100 anos...Uma espécie de Coliseu da corrupção.
Em 2007, meu pai foi sábio na seguinte frase: "Vão fazer a Copa aqui? Ninguém vai falar nada contra na mídia. Porque todo mundo vai ganhar com a roubalheira...". Na minha inocência, acreditava em um país melhor. Mas acabei ficando até sem time em campo pra torcer...
Respondendo à pergunta: Meu time é o Galo. Já venceu a Seleção brasileira. Aquela de Pelé. Foi no Mineirão, por 2x1. Acho que hoje venceria novamente, já que a fase é boa e até a África do Sul está tirando casquinha. E eu iria ao jogo pintado de preto e branco pra arquibancada, para uma luta simbólica contra um time "em formação", liderado por amadores e despreparados. Gritaria até perder a voz, como fiz pelo próprio Brasil em 94, 98 e 2002. Mas com outros versos: "Clube Atlético Mineiro, Galo forte e VINGADOR!". 



terça-feira, 11 de setembro de 2012

O Ruído Marginal

Sp. 17h30. Marginal Pinheiros. O ruído da avenida ecoa longe. É um zumbido sem fim. Na calçada em frente ao edifício uma mulher fuma com os braços cruzados. Ela bate pé no chão com impaciência. À sua frente, um homem de camisa polo listrada na horizontal, com uma das mãos no, bolso desabafa: "a gente está fazendo um trabalho burocrático aqui...". O barulho estridente do motor das motos é uma constante, acompanhado do "BIP BIP" de suas buzinas. Sai da frente! É o corredor bombando na alta. Na calçada uma multidão desenfreada segue a passos largos para a estação do trem. Pessoas olham em seus relógios, consultam SMSs e guardam coisas nas suas bolsas e mochilas. E sai da frente! O Trem vai passar. É um show de tensão. Sobrancelhas se encontram acima do nariz num constante franzir de testas. O som dos passos pesados da multidão alienada fica de fundo, complementando o zunido principal. É praticamente uma orquestra do caos. Enquanto isso, um velhinho de 1,62, vestindo camisa branca, com uma boina xadrez marrom na cabeça, caminha lentamente com a bengala na mão direita...com sua corcunda, arrasta a perna pela calçada desfigura, cheia de buracos e cimento mal acabado....parece estar em câmera lenta...........praticamente um ser do bem em ambiente hostil....ele observa lentamente o caos à sua volta...olha pra um lado...pro outro....e caminha...caminha.......De repente: "OLHA A POLÍCIA, TIO!!!!", grita um transeunte engraçadinho que vinha da sua direção contraria. Era o som de uma ambulância ao fundo, se aproximando aos poucos até causar conflitos no transito. Os carros abrem uma das pistas pra dar passagem. Buzinas mil. "Filha da Puta!", grita a motorista para o barbeiro do Celta que virou sem dar seta. No ponto de ônibus um cidadão de mochila nas costas observa tudo de camarote e cutuca seu nariz de leve. Outro com fones de ouvido está lendo uma revista em quadrinhos. Quando uma Kombi quebra a sua frente. Fumaça preta para o alto! Todos no ponto tapam o nariz. Uns com a camisa e outros com a mão. Uma mãe sai correndo arrastando seus dois filhos com gritos de desespero: VAI EXPLODIR! VAI EXPLODIR!".
Paira no ar o inconsciente coletivo: é a corrida pra sair do transito, chegar primeiro ao ponto, pegar lugar no metrô. Missões praticamente impossíveis. Mas todos querem seu lugar ao sol.
Enquanto isso, no horizonte enfumaçado, ele compõe com maestria a atmosfera turbulenta que reina na capital paulista ao fim de mais uma terça-feira. É o imponente Ruído Marginal.


sábado, 4 de agosto de 2012

Amy Winehouse: de onde veio e pra onde se foi?








Ah, Amy Winehouse...Peguei de supetão um especial de 3hs com shows e entrevistas. 1 ano sem ela. Bateu a saudade. Como era natural, verdadeira. Musicalmente e no seu jeito de ser. Uma cantora que se formou no jazz, e caminhou para o soul music. Mas também com uma atitude muito rock n roll. Em meio às belas letras e rebolados anti-poposuda, tomava seus tragos e conversava com a platéia com absoluta espontaneidade, como se estivesse em casa com amigos íntimos. Sem o mínimo pudor, não assumiu um papel de dar exemplo como "pessoa pública". Aprontava o que bem entendesse como se dissesse para as famílias: "eduquem vocês seus filhos. Não tenho nada com isso. Isso é problema de vocês.".

Amy se foi, mas deixou acesa sua chama, seu brilho. Seus olhos e sua voz transmitem verdade. É um grande contraste com os "ídolos" atuais. Como são falsos! Se escondem atrás da tecnologia, das estratégias de marketing. Usam playback nos programas de domingo, sampler nos shows. Quem hoje toca ao vivo, "na unha"? Poucos...Como nosso mundo anda careta. Desprovido do bom e velho som "sujo". Seja na distorção crua da guitarra ou na voz bêbada de um blues man. Infelizmente (ou felizmente) não vivi os anos 60. Mas o dia 15 de janeiro de 2011 representa muito pra mim: vi Amy ao vivo em um de seus últimos shows aqui na terra, em SP. 

Sua irreverente dança "quadrada" não é aquela dança xamã movida à mescalina dos anos 60. Os anos 2000 também não têm nada com o psicodelismo daqueles tempos. Mas com certeza Amy foi uma enviada daquela época. Com seu dom natural, trouxe de volta autenticidade, qualidade sonora, expressão e boa pitadas de porraloquisse. Talvez uma reencarnação que voltou para nos lembrar o quanto a música pode ser boa, com verdade e atitude. E o quão hipócrita anda nosso mundo, movido a modismos e falta de conteúdo. Pena que ela só viveu até os 27. A mesma idade de um certo cantor que se foi há 41 anos atrás. Seria a mesma alma?! Nos resta saber quando será próxima encarnação...







sexta-feira, 27 de abril de 2012

Como Roubar a Alma de uma Platéia


                                

Diana Krall. Uma jazzista canadense. Cantou Tom Jobim em um show no Rio. Eu não estava lá. Descobri vendo o filme "A Música Segundo Tom Jobim", que, inclusive,  recomendo para todos os fãs de música, independente do estilo.

Ela executou a famosa "Boy From Ipanema", versão em inglês de "Garota de Ipanema" para as mulheres da gringa cantar. Até aí, nada de mais. Afinal, Tom Jobim é um músico mundialmente conhecido. Certo dia recebeu um telefonema de um tal de Frank Sinatra. Frank queria gravar um disco com o brasileiro. Não preciso reverenciar a história de Tom. Quero falar do que Diana fez no segundo número Bossa Nova da noite.

Foi sensacional! Ela cantou "Esse Seu Olhar", em português. Como é gostoso assistir isso! O sotaque inglês impregnado nas frases da música em português, como se ela estivesse em Copacabana se esforçando para pedir uma informação turística na nossa língua. O semblante dela durante a canção transparece o quão prazeroso foi executar a música em solo brasileiro. Estou completamente encantado! Até o puxado "s" de carioca ela fez no trecho "Gosssssssta de mim, como eu de você...". Uma simpatia sem fim. Mordeu a língua como quem diz "...pessoal, conheço até carioquês!”. Irradiou talento. Criou uma atmosfera encantadora, de muita energia positiva. Mesmo vendo pelo youtube, é possível sentir. Um esplêndido encanto natural. Tudo isso com muito respeito pela nossa música e pelo nosso país. É assim que se rouba a alma de uma platéia!

Diana Krall - "Esse Seu Olhar"


Diana Krall - "Boy From Ipanema"



quarta-feira, 25 de abril de 2012

A Derrocada do Barça Pode Salvar Nossa Seleção

Tenho que cornetar. Como Ramires está fora de uma pré lista da seleção olímpica? O cara derrubou o Barça na champions. E com um golaço em pleno Camp Nou. E o Kaká que joga a outra semi-final hoje também está fora da lista. Mano está desnorteado ou o baladeiro R10, eliminado da 1a fase libertadores e do poderoso carioca, merece estar no lugar dos semifinalistas da champions?

Parreira, Dunga, Mano Meneses... Estão acabando com a nossa seleção aos poucos. Parece até pelada na qual os amigos colocam os perebas junto com os mais fortes pra brincadeira ficar equilibrada. E digo mais: O melhor futebol do mundo não está aqui há tempos. A Espanha já provou isso na ultima copa. Tem o Barcelona como sua base. O que o Barça faz? O que a seleção do Tri fazia em 70: massacram os adversários com posse de bola e talentos individuais. Na coletiva de imprensa após os 4x0 no Santos, no Japão, Guardiola assumiu que seu time faz nada mais, nada menos, o que os brasileiros sempre fizeram. Eles aprenderam com a gente! Mas parece que nosso futebol se esqueceu... Hoje, montamos times com 4 volantes no meio campo, entre outras bizarrices. Estamos todos contando com a magia do verde e amarelo. Achamos que a mística camisa canária vai nos salvar no final.

Mas o fato é que entregamos nosso futebol nas mãos erradas. Estamos cada dia pior. Caminhando para mais um vexame olímpico e um novo Maracanazzo em 2014. A não ser que alguém resolva ter peito pra mudar a história...

A derrota de ontem do Barcelona pode determinar um novo ciclo no futebol mundial. Pep Guardiola ainda não renovou contrato com o time catalão. São 13 taças em 3 anos. Média de 75% de posse de bola. Jogo do Barça virou sinonimo de show, espetáculo. E de títulos! Eu daria tudo pra ver o técnico espanhol treinando a seleção brasileira. Sim! Um estrangeiro comandando o Brasil. Porque não? Temos dinheiro pra isso. E é burrice não pensar em tal possibilidade por acharmos que temos treinadores melhores. Muricy Ramalho é o melhor entre os brasileiros. Na verdade, ele e os demais iriam aprender muito com Guardiola. O massacre dos 4x0 no último mundial em Tokio que o diga... É a nova ordem do futebol mundial e precisamos "descer do salto" para aprender! (ou reaprender...)

Temos a chance de devolver o respeito pela nossa camisa, de voltar a amedrontar os adversários. Chegou a hora de deixarmos o orgulho de lado e reaprender a arte do futebol com quem já ensinamos um dia. Basta saber se tem alguém com o mínimo de sanidade mental na CBF pra enxergar isso...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Teatro dos Balcões

O melhor lugar pra se sentar em um bar é o balcão. Naqueles bancos altos. É sim um lugar isolado. Em alguns momentos chega a ser solitário. Mas de lá é possível ver um grande teatro que ocorre por trás do balcão. Um verdadeiro camarote. É o cotidiano íntimo de um bar "encenado" pelos seus funcionários:

- Gorete, onde você estava?
- Eu? Estava no banheiro - responde enquanto ajeita o avental.
- Sei...
- ihhh...eu hein...não sabia que mudaram as regras daqui. Até ontem podia ir ao banheiro.
- Banheiro por 40 minutos é estranho né...
- Oxente! Amanhã vou vir de fralda pra ficar aqui o tempo todo. E também não sabia que você tinha virado gerente, Lúcia...oxi!
- Vai, vai... Não resmunga e Pega logo a porção de 6 pães de queijo pro moço ali...
Gorete vai com um curto sorriso na expressão e diz:
- Toma logo então. Ele pediu um expresso também. Se vira nos 30, filhota...
- Ai Ai! Esses dias eu to loca pra bater numa baiana!!!
- Haaaa nêga. Não vem que não tem. A baiana aqui é cabra macho!!!

As duas dão gargalhadas verdadeiras, felizes da vida. Como se fosse um espetáculo de teatro bem montados, conseguem dar uma atmosfera para o bar. No caso, a simpatia. Claro que os clientes sentem e percebem. Assim com o espectador de uma peça teatral.

Como é interessante notar as relações humanas de um bar. Suas expressões e reações. Pequenos conflitos e opiniões vindas de culturas diferentes. Um teatro espontâneo!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Deixar "Ser" ou "Sangrar"? Eis a questão...

Meu primo Otávio, com menos de 10 anos de idade, tem uma habilidade tremenda com o violão nas mãos. Já sabe o quer ser quando crescer: "Músico", responde sem hesitar. Para contribuir com a história do garoto, no último natal lhe comprei um CD de presente. Queria um disco que tivesse história. Que fosse rico musicalmente e que representasse o sentimento de uma geração. Nada melhor que os anos 60. A escolha foi um dos maiores discos da história do rock n' roll: "Let it Bleed". Sim. "Bleed", não "Be".

A diferença não é apenas o significado ou as letras. Para os desavisados, "Let it Be" é a famosa e melosa canção dos Beatles. "Let it Bleed" é a clássica faixa título do milenar álbum dos Stones de 1969.

Guerra do Vietnã. Época dura, violenta. Naquele tempo uma moça de família tinha permissão e total apoio dos pais para se casar com um Beatle. Mas jamais ousar a disparar olhares para os arruaceiros dos Stones. Existe uma diferença clássica entre ser um "Beatle" ou um "Stone". Mas não é meu propósito instigar esta escolha no Otávio. Ele estará bem servido independente da escolha. Quero lhe dar acesso à música além das FMs e programas televisivos. O disco é de uma geração que mudou nosso mundo. Tem conteúdo histórico e cultural. Não quero deixá-lo a mercê da banalidade que recebemos sem pedir. Precisamos, de alguma maneira, blindar nossas crianças de tantos Telós, Cherêchêchês, Funks Proibidões, BBBs e outros que entram em nossas casas sem pedir licença. Interferem diretamente na formação das nossas crianças. Roubam-lhe o direito de imaginar, colorir e criar seu universo pessoal.

O mais intrigante de toda essa história é o que me ocorreu na última quinta. Estava de partida da casa de uma amigo quando começou uma tremenda chuva. Fui esperar na sua sala. Isolados num canto, vários discos de vinil. Entre Caetano Veloso, Eric Clapton, Jeff Beck e outras velharias, lá estava ele: "Let it Bleed". "Vocé gosta? Pode ficar...", disse Rui. Ganhei de presente. Em vinil! O disco ia para o Sebo do bairro. Mais que um presente material, fica uma sutil e gostosa sensação: "plante rock n' roll, colha rock n' roll".

Otávio terá um grande material para se inspirar. O tom apocalíptico de "Gimmme Shelter", o forte blues de "Mid Night Rambler", as baladas irresistíveis "Love in Vain" e "You Can Always Get What You Want", além da faixa título "Let it Bleed". Espero que as guitarras de Keith sejam apenas a ponta do iceberg na influência musical de sua vida e carreira. Precisamos de almas pensantes e atuantes. Que tenham sentimento e senso crítico para ver além dos outdoors. Um CD pode ser pouco para tal. Mas considero um grande ponto de partida.

Com certeza é mais fácil receber tudo que nos falam na TV, nas rádios e no facebook. Simplesmente "deixar ser" e tocar a vida. Sem filtro e de forma passiva. Por mais que seja difícil escapar dos bombardeios midiáticos atuais, vale tentar ir além. Ultrapassar a fronteira e conhecer o novo, ou velho, pela própria curiosidade e imaginação. Sim. Pode não ser fácil. Então é só "deixar sangrar" e seguir em frente. No fim, garanto que valerá a pena.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Mistura de Fatos Raros

Preciso compartilhar o momento. Estou tendo uma experiência única.
Estou comendo um fetuccini ao molho pomodoro (que eu mesmo fiz), tomando Budweiser, ao som de Mutantes, enquanto cai uma tremenda chuva de graniso. Há 30 min fazia sol de Bahia.
O sabor dos frescos tomates no molho do meu prato se misturaram com a imagem das pequenas e sutis pedras de gelo caindo do céu cinza e obscuro, batendo no chão de cimento próximo avistado da minha janela. Com a trilha sonora ao fundo: "você, precisa saber da piscina, da margarina, da carolina, da gasolina...baby, baaaby, eu sei que é assim...".

Uma mistura de fatos raros sempre merece ser registrada.
E quando fui clicar no botão "publicar post", mirei os olhos para o horizonte e eis que surge ele, o sol, com um tímido e belo raio. Ê São Paulo...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Sobre Cinema, Carros e Sensualidade...


Quentin Tarantino é o cara. Esse post pode soar um tanto quanto machista. Mas ele conseguiu reunir, em um só filme, a melhor cena de perseguição automobilística e a melhor cena de dança sensual. Comecemos pela primeira.

"Dodge Cherger 71" ou "Dodge Challenger 69". Qualquer um que curte carros sabe do que estou falando. Eu sei que estes são 2 clássicos do mundo automobilístico. Mas porque perguntei por aí. Não entendo tanto de carro assim...Mas acho sensacional essas máquinas! O filme tem essas belezuras em 4 rodas e os melhores dublês da história na direção. São os caras "das antigas", que perderam um pouco de empregabilidade com o advento dos efeitos especiais. E sem usar tais efeitos, Death Proof tem a perseguição cinematográfica mais alucinante de todos os tempos! Tive a clara sensação de estar dentro do carro. Torci pela fuga e pela captura. Nas perseguições convencionais apenas um dos lados ganha torcida. Os carros são clássicos dos anos 70 e os dublês pilotam muito.Vale o clichê: é de perder o fôlego.

Agora, vamos à dança sensual. Estamos no séc. XXI. Apogeu das super-mulheres-siliconadas-das-barriguinhas-saradas. Talvez as mulheres que verem o filme irão soltar um "nossa! Que gordinha...", também um "olha a pochete dela" ou um " nem colocou um salto alto para executar seu número...". Então vai aqui uma lição: A Butterfly, ou Arlene (personagem interpretada porVannessa Ferlito), mostrou que plástica, silicone, roupa nova, chapinha ou qualquer tipo de produção, não tem força perante à essência da sensualidade e do charme que uma mulher pode alcançar. Essas duas qualidades são para poucas. E o dinheiro não pode comprar. Sim. Ferlito conseguiu atingir nota máxima nos dois quesitos. Despenteada, sem maquiagem e de havaianas nos pés. Com certeza os homens preferem tais requisitos às produções e cirurgias alheias. Que escreva o primeiro post o homem que discordar.

Apesar da violência e do sanguera desatada típica nos filmes de Tarantino, recomendo o filme para as mulheres. Personagens femininos raçudos também são uma característica do diretor!


Para os marmanjos interessados e super-mulheres-siliconadas-das-barriguinhas-saradas com ego ferido, segue link da dança.

Para ver a perseguição, saia da net e vá alugar o filme. Vale a pena!


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Onde as Coisas Acontecem



Hoje, 3 de janeiro, é dia de aniversário. Completei 1 ano morando em SP.

A frase “onde as coisas acontecem” foi a que mais escutei como descrição da cidade. Paulistanos e forasteiros que adotaram São Paulo repetem tal frase de boca cheia. E após 1 ano de vivência em Sampa, vai aqui a minha explanação: Aqui tem uma energia diferente. Um impulso natural e favorável para a realização de “coisas”. Além de ser o mega pólo comercial/industrial/cultural/etc e tal, certamente o inconsciente coletivo de “onde as coisas acontecem” contribui para que elas realmente aconteçam. Acredito muita na energia que as massas produzem através de seus pensamentos. E que as cidades são movidas energeticamente pela energia e pelos pensamentos radiados através de sua população.

Após este ano, posso afirmar que Caetano tinha razão. Realmente alguma coisa aconteceu no meu coração. Gostei de São Paulo. Das suas 4 estações em um único dia. Da mistura de diversas tribos. Virei freqüentador do seu circuito cultural. Admiro o seu caos natural. Suas feiras, shows, espetáculos, cursos, bares, pessoas, ruas, esquinas, eventos, parques, praças, avenidas, livrarias e as demais “coisas que acontecem”, como dizem por aqui.

Meu coração é, e sempre será, Belo-horizontino. Mas eu tenho o coração grande. Muito grande... Tão grande que também cabe a maior cidade das Américas dentro. E com certeza em um lugar especial e cativo.